quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Marfrig não resgatará debêntures conversíveis do BNDES, garante Molina


      O presidente do conselho de administração e fundador da Marfrig Global Foods, Marcos Molina, assegurou hoje a analistas que a companhia não recomprará as debêntures obrigatoriamente conversíveis em ações detidas pelo braço de participações
      Com isso, os papéis serão “integralmente” convertidos em ações em 25 de janeiro de 2017, afirmou Molina. A conversão fará do BNDES o maior acionista da Marfrig, com pouco mais de 30% do capital da empresa. Atualmente, a BNDEPar detém 19,6% de participação na Marfrig. Molina e sua esposa possuem outros 34,03%.
      As declarações do empresário repercutiram bem no mercado. Às 12h, as ações da Marfrig subiam 10,46%, negociadas a R$ 5,80 Trata-se da maior alta entre os papéis que compõem o Ibovespa. O resgate das debêntures era visto negativamente por analistas de mercado porque aumentaria o endividamento da companhia para manter Molina como principal acionista
      Em agosto, o Marfrig negociava com o banco estatal o resgate das debêntures, mas não havia uma proposta formal. Se fizesse o resgate — ainda que parcial — das debêntures detidas pelo BNDES, Molina permaneceria como o principal acionista. A BNDESPar, por outro lado, evitaria uma troca desvantajosa de papéis. O preço de conversão das debêntures é de R$ 21,50, e as ações da Marfrig oscilam em torno de R$ 5,20.
      Em teleconferência na manhã de hoje, Molina afirmou que, com a conversão das debêntures e o consequente aumento de participação da BNDESPar, o banco terá direito a mais um assento no conselho de administração. Atualmente, a BNDESPar só indica um conselheiro.
      Além disso, o presidente da empresa enfatizou que a BNDESPar não poderá ter a maioria do conselho de administração. “A participação acionária detida pelo BNDES possui caráter minoritário de longo prazo e sem atuação executiva”, afirmou Molina.
      Com o vencimento das debêntures, a Marfrig pagará a última parcela anual de juros ao BNDES em janeiro de 2017. Segundo o vice-presidente de finanças e relações com investidores da Marfrig, Eduardo Miron, aproximadamente R$ 350 milhões serão pagos em janeiro. A partir de então, a Marfrig estará livre de uma das maiores contas de juros. Na avaliação do BTG Pactual, a conversão das debêntures do BNDES em ações pode ser um “catalizador” para melhorar o fluxo de caixa livre e reduzir o índice de alavancagem da Marfrig.

Fonte: Jornal Valor Econômico - 16/11/2016
Matéria de Luiz Henrique Mendes


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